A formação para a de textos é permanente
É imprescindível a boa formação de futuros revisores de texto, sendo assim qualificação de tutores experientes no assunto é fundamental.
Uma das primeiras questões que surgem em relação ao revisor é como ele foi formado, pois – evidentemente – as competências para o ofício não são inatas. A prática profissional mostra que agências de revisão e editores recrutam contratavam, frequentemente, autores experientes para o trabalho de revisão, ou seja, aqueles que provaram suas habilidades de escrita e confiabilidade ao longo do tempo, outro caminho – bem mais moderno e coerente – é a contratação de estagiários ou jovens recém-egressos dos cursos de Letras, e treiná-los no exercício do ofício. Assume-se, em ambos os casos, que, além da competência de escrita, possuam todos os conhecimentos linguísticos e perfil necessários para interferir no texto dos outros. No entanto, muitas vezes, os escolhidos para serem formados não têm o conhecimento que pode servir de base para o trabalho de revisão. Isso resulta em uma série de tentativas de intervenção e conflitos desconfortáveis entre o autor e o revisor. Revisores inexperientes muitas vezes precisam adquirir as habilidades básicas de seu trabalho à medida que realizam revisões – parece que isso não é muito diferente da maioria dos ofícios.
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É imprescindível a boa formação de futuros revisores. |
A prática descrita acima realmente assume algum processo construtivo pelo qual o aprendiz primeiro se torna um linguista profissional, depois um escritor experiente e, eventualmente, um revisor. Esse processo de desenvolvimento, no entanto, não nos diz nada sobre as habilidades que um revisor deve ter, mas que um autor pode não ter. Infelizmente, o arcabouço legal também não fornece à profissão definições aplicáveis. Os revisores seniores devem ter qualificação reconhecida e experiência profissional documentada, bem como experiência de produção de textos – consonante o processo evolutivo mencionado. Os revisores juniores e estagiários serão formados pelos mais experientes. Adicione-se a tudo isso que já existe uma significativa base teórica quando ao ofício e às práticas de revisão de textos e ela deverá ser incorporada em algum momento; para tanto, existem cursos de revisão de textos que, em regime de pós-graduação, supram algumas lagunas de quem já tem amplo domínio da língua e deseja se dedicar ao ramo da revisão; também já existem graduações em Letras voltadas especificamente para a área editorial. As duas últimas alternativas, muito bem recebidas, suprem o candidato a revisor de bagagem teórica, mas é na lide diária, sob a supervisão do revisor sênior (ou editor com experiência de revisão) que se vai moldar o novo profissional para a revisão.
Tanto o autor quanto o revisor se esforçam para produzir uma comunicação textual bem sucedida e bem assimilada pelo leitor. Eles garantem que o texto produzido seja isento de interpretações erradas, minimizam equívocas, em conformidade com as normas da linguagem adequada ao respectivo texto; eles trabalham para que o escrito possa, pode ser facilmente processado e contenha as informações relevantes bem ordenadas para o leitor.
Mas a revisão é muito mais do que “outro conjunto de olhos”, bem mais que outro escritor deslizando os olhos pelo texto após ele ter sido dado por concluído pelo autor. A tarefa dos revisores é aferir o texto segundo seu gênero e público-alvo, e corrigi-lo em relação aos aspectos gramaticais e estilísticos, de acordo com os requisitos (formais ou informais) da linguagem moderna e natural. Os revisores visam produzir um texto que, como resultado das intervenções, seja preciso no conteúdo, gramaticalmente correto, coerente quanto ao estilo, apto para o processamento pelo destinatário e pronto para impressão. Assim, os revisores não se engajam na criação de um novo texto, simplesmente modificam o trabalho concluído e podem fazer sugestões. Eles baseiam seu trabalho no público-alvo, eles não abordam o texto no nível das frases somente, mas mais globalmente, focando em todo o macrotexto. Uma vez que os revisores aferem o trabalho de outra pessoa, pode ser difícil identificar-se com o uso da linguagem do autor, mas não cabe forçar seu próprio estilo na revisão.
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