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Revisão de textos: mediação funcional

Mediação funcional na revisão de textos.

Observamos e compreendemos diversos modos de mediação relacionadas ao revisor de textos, algumas das quais completamente inerentes à atividade da revisão em sentido estreito, outras que se inserem na atividade do revisor em sentido mais largo; as primeiras, mais próprias do revisor, são as mediações linguísticas – que serão objeto de nosso último capítulo, e as seguintes são as mediações extralinguísticas – das quais trataremos agora, as quais dividimos em dois grandes grupos, para melhor compreensão: mediação funcional – de que trataremos neste capítulo, e mediação gerencial – no capitulo subsequente.
Evitar urgência e pechincha na hora de revisar texto: sabedoria
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No contexto da explicação do psiquismo humano, o termo mediação é utilizado para designar a função que os sistemas de signos desempenham nas relações entre os indivíduos e deles com o meio. Se nós criamos instrumentos e sistemas de signos que nos permitem conhecer e transformar o mundo, à mediação dos sistemas de signos constitui o que conhecemos como mediação semiótica. Os signos são representações que remetem ao objeto em virtude da relação artificial e variável que nós estabelecemos entre eles. Todavia, decifrar os signos é operação que transcende a interpretação sinalética imediata, pois implica um processo de análise totalmente abstrato. Trata-se de atividade mental que pode ser vista como o elo lógico que liga a sinalética à semiótica.

  1. A mediação textual, um viés da mediação linguística, tem conexões com aspectos semióticos; o discurso normativo surge como intercurso da mediação do revisor; nessa mediação funcional apontamos as atividades de controle como mediação.
  2. Algumas formas de planejamento e revisão são mais eficazes que outras e, dependendo do contexto de produção, os revisores fazem concessões entre a mobilização de recursos do processo de revisão e o custo que otimizem os resultados.
  3. A relação entre processos de planejamento, redação e de revisão e controle de qualidade dos documentos produzidos é abordada pela análise das etapas de processamento, comparação do manuscrito original com o texto revisado, medição de impacto do estresse laboral e cognitivo.
  4. As questões que o revisor deve considerar na atividade de intervenção nos escritos se agregam em discurso normativo que deve ser assimilado, compreendido e aplicado como sistema; há ainda normas e práticas consuetudinárias, o que confirma a ideia de instabilidade dos ritos da gênese editorial.
  5. A mediação linguística, como atividade comunicativa da revisão, inclui atividades nas quais o revisor desempenha o papel de intermediário, mediador entre diferentes interlocutores que falam o mesmo idioma.
  6. A dificuldade de comunicação pode resultar de diferenças de idioma ou terminológicas; falta de proficiência no outro idioma ou no registro; lacunas cognitivas, falta de informações relevantes, diferenças culturais ou déficits cognitivos e sensoriais.
  7. A mediação da linguagem e dos diversos modelos textuais e culturais na revisão necessariamente evoca, pela imagem como puro significante que antecede a construção de um significado, um sentido para o texto e para o mundo: o público-alvo.
  8. O discurso normativo do qual o revisor se torna parte, delineia-se na instabilidade que vai da inserção na mediação entre autoria e leitura perpassando todos os ritos da gênese editorial que ele mobiliza e nos quais também se inscreve o profissional como sujeito reflexivo.
  9. Existe forte relação entre a mobilização dos processos de planejamento e revisão e a qualidade do produto textual – essa relação integra a mediação de que tratamos.
  10. Buscando mediação, aprendemos a mediar, permitir que os sujeitos se tornem mais confiantes e independentes e diminuímos as lacunas entre sua própria experiência e o repertório linguístico e cultural.
  11. Alguns entendem que basta aplicar o molde da gramática normativa, dos dicionários e dos manuais de redação, como se as necessidades da comunicação não transpusessem os limites normativos das instituições.
  12. O papel de mediação praticado pelo revisor entre o autor e o leitor, exercido, muitas vezes sobre a mídia, passa a ser exercido em todo o processo editorial.

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