Como escolher o orientador acadêmico
Existem alguns prós e contras a se ter em mente ao escolher alguém importante para orientar sua tese de doutoramento ou a dissertação de mestrado. E existem muitos contras em se escolher alguém com má fama.
Discute-se sobre a qualidade, rigor, ética e preparação dos estudantes de pós graduação. Eles são monitorados, medidos e ridicularizado por seu despreparo ou pelo lento progresso para a conclusão do trabalho final, tese ou dissertação. Mas as inconsistências e problemas com os orientadores e as orientações que eles fazem costumam ser esquecidas nas críticas.
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A escolha do orientador é muito importante no início da pesquisa. Ao fim, o importante é escolher o revisor certo. |
O estudante escolhem o programa de pós-graduação que lhe interesse e deve escolher com rigor o orientador adequado.
Os piores orientadores compartilham três características imperdoáveis:
- Não leem o texto dos alunos antes de os discutir;
- Nunca se reúnem com o orientando;
- São egoístas, egocêntricos, obcecado com a carreira.
Faça sua pesquisa. Faça perguntas.
Use as questões seguintes para ajudar sua decisão:
1. O fator-chave da capacidade de um professor para orientar uma tese é o histórico de ter feito isso bem antes.
Certifique-se de que o orientador em vista seja experiente. Qualquer um pode ser nomeado para orientar. Muito poucos têm a capacidade, persistência, visão, respeito e perseverança para conduzir uma diversidade de alunos pelo do processo de redação de uma tese ou dissertação. Certifique-se de que o departamento que você tem em vista está oferecendo orientadores com base real na capacidade intelectual deles e na carga de trabalho disponível. Orientar de verdade alunos redigindo tese é incrivelmente difícil e dispende muito tempo. Os últimos meses exigem compromisso completo, tanto orientador quanto do orientando. Certifique-se de que você tenha um orientador que compreenda a natureza da orientação eficaz e que tenha provado isso em casos anteriores com finais felizes.
2. Escolha o orientador. Não permita que a instituição mude.
Em uma pós-graduação na qual esteja prestes a dedicar três, quatro ou cinco anos a uma instituição, você tem o direito de escolher o orientador com quem se sinta confortável. No entanto, cada vez mais, como a burocracia de pós-graduação em universidades aumenta, os administradores acadêmicos distribuem entre os alunos os orientadores disponíveis, segundo os interesses que nem sempre são os dos alunos. Não deixe que isso aconteça. Faça uma pesquisa sobre o pessoal disponível. Fale diretamente com os potenciais orientadores. Verifique a vontade que eles têm de orientar seu trabalho e, em seguida, informem ao programa de pós-graduação da faculdade o que está combinado.
3. Estrelas são atraentes, mas podem ficar distantes. Escolha um orientador bem-visto que não fique muito tempo longe.
Pode parecer uma tarefa difícil, incomum ou impossível encontrar um orientador com o perfil que você deseja, mas alguns raramente estão disponíveis, sempre de licença de pesquisa ou desaparecem para participar de conferências. Mestrandos e doutorandos precisam ser orientados por pessoas com reputação internacional, cujo nome tenha peso quando escrevem referências. Mas eles não devem ser professores de ponte aérea, deixando o campus a todo momento e faltando ou protelando todas as reuniões de orientação para promover sua própria carreira. Devem ser bem estabelecidos e conhecidos, mas disponíveis para orientar você ao invés de continuamente adiar as reuniões porque eles estão sempre viajando.
4. Imunidade burocrática é vital. Procure por um orientador que vá proteger você contra “o sistema”.
Há uma quantidade excessiva de burocracia no doutorado ou mestrado. É necessário controle da despesa do dinheiro público; um programa de estudo apresentado no primeiro ano e um relatório anual de progresso resolveriam isso. Mas agora tem-se que entregar relatórios anuais, relatórios de progresso semestrais, apresentações orais, exames de qualificação e – em algumas universidades – preencher um formulário que deve ser assinado no final de todas as reuniões de orientação.
Cada preenchimento de formulário é menos tempo para ler um livro ou artigo, ou escrever uma página chave de sua tese. Tempo é finito. A burocracia é infinita. Um bom orientador deve ser capaz de proteger os orientandos contra os excessos da administração acadêmica.
5. Sempre há os chupins, analise o trabalho de um orientador potencial
Será que o seu orientador pretendido escreve com os alunos de doutorado? Boa questão! Será que eles escrevem quase que exclusivamente com os seus alunos de doutoramento? Não é tão bom – na verdade, os sinos de alarme devem começar a tocar. A orientação é uma parceria. Se seu orientador em perspectiva parece estar adicionando o nome dele às publicações dos alunos e escreve muito pouco de forma independente, atenção! Alguns orientadores afirmam coautoria de todas as publicações escritas durante o doutorado. Não pense que isso seja certo. A autoria dos artigos deve ser negociada. A regra é clara: se eu escrever é o meu. Se você escrever, é seu. Se escrevermos juntos, nós compartilhamos a autoria. É importante que todos os pós-graduandos terminem o curso com o maior número de publicações possível. Pergunte aos potenciais orientadores como eles vão facilitar sua carreira de investigação e publicação. Lembre-se, se você é estudante de doutorado, seu orientador deve ajudar você a se tornar um pesquisador independente, não fazê-lo virar seu assistente de pesquisa não remunerado.
Baseado em Brabazon.
6. Desconfie de coorientadores.
Algumas instituições insistem tem dois orientadores para cada aluno. Esse sistema foi introduzido para acalmar os receios administrativos. Pela preocupação de que um orientador possa deixar a instituição e encalhe do aluno, ou que o orientador e o aluno possam ter um desentendimento, deixando o aluno sem apoio.
Há muitas ocasiões em que um coorientador é incrivelmente valioso, mas isso deve ser determinada pela sua contribuição para a investigação com o tema e não por conveniência institucional. Às vezes – na verdade, muitas vezes – menos é mais. Um forte relacionamento com um orientador bem qualificado, experiente e comprometida vai garantir que a pós-graduação produza uma boa tese no prazo.
7. Um orientador ativo na área de seu doutorado vai turbinar seu trabalho.
Ocasionalmente, os alunos escolhem um “nome famoso” ao invés de um “nome na área”. A adequação da área de atuação e pesquisa do orientador de pesquisa é fundamental, porque você pode economizar tempo considerável. Orientadores que estão lendo, pensando e escrevendo no seu campo podem localizar uma lacuna em sua bibliografia e sugerir outras leituras. Um generalista não será capaz de fazer isso. Como o apoio financeiro para bolsas encolhe e três anos para metrado ou cinco para doutorado torna-se o objetivo, o orientador pode economizar tempo pela partilha de sua experiência, mas também de seus conhecimentos.
8. Um programa que envolva ensino pode ajudar a obter uma carreira acadêmica.
Lecionar com seu orientador é muitas vezes é uma possibilidade e é uma boa ideia. Uma pós-graduação que não ensina a ensinar não está preparando para assumir um cargo de professor em tempo integral. Muitos doutorandos já são acadêmicos e estão voltando a estudar. Outros trabalham em uma diversidade de profissões e não têm intenção de aceitar emprego em universidade. Portanto, essa “verdade” não é relevante. Mas, para aqueles que procuram carreira na academia, que pretendem usar o doutorado como trampolim, experiência de ensino é crucial.
9. Reuniões semanais de orientação são o melhor padrão
Há duas realidades da gestão de um doutorado ou mestrado. Em primeiro lugar, quanto mais tempo de curso, menos provável que você termine. Em segundo lugar, um mestrado muito longo é obstáculo para ingressar no doutorado.
Alguns pós-graduandos não possuem as habilidades de gerenciamento de tempo e preferem estar festejando, ou na internet, em vez de ler, pensar e escrever. Se os alunos sabem que o trabalho escrito é esperado a cada semana e eles têm que se sentar em um escritório com um orientador que está avaliando o seu trabalho, este estresse gera escrita e investigação produtiva. Então, se uma reunião será realizada em uma quinta-feira, na terça-feira o estudante entra em pânico e faz alguns trabalhos. No entanto, se as reuniões são quinzenais, essa produtividade baseada no estresse é reduzida pela metade. É melhor haver estrutura de prestação de contas apertada para os alunos. Reuniões semanais proporcionam isso.
10. Procure um orientador decente e de confiança.
Esta verdade pode parecer evidente. Mas orientadores – como todos os acadêmicos – são as pessoas em primeiro lugar. Se o orientador em vista não tem é capaz de gerenciar uma ida ao supermercado ou tem fama de dormir com as esposas dos colegas (ou com seus aluno(a)s), procure outro. Os orientadores devem ser pessoas funcionais. Eles podem ser – e devem ser – peculiares, imaginativos e originais. Esse pensamento fora do padrão vai ajudar seu projeto. Mas se houver um sopro de impropriedade social ou sexual, ou se existem problemas com a higiene pessoal, fuja. Quer correr o risco de ter que enfrentar um orientar com mal hálito? Às vezes, durante a o doutorado, terá que contar com esta pessoa. Você estará chorando em seu escritório. Você terá que se apoiar nela. Você deve ter certeza de que ela pode ajudá-lo a atravessar uma crise e não manipulá-lo durante um momento de vulnerabilidade.
A base na escolha do orientador é evidente: não selecione um orientador que precise de você mais do que você precisa dele. Reúna informações. Arme-se com estes dez pontos acima. Faça perguntas. Faça uma escolha com discernimento, ao invés de responder – com gratidão – à oferta de vaga ou orientação. Depois, quando a tese ou dissertação estiver pronta, use alguns dos critérios acima na escolha de um revisor para seu texto. Um revisor é uma espécie de pós-orientador, e – muitas vezes – pode te socorrer “contra” o orientador, na reta final, evitando as infindáveis interferências do orientador.