Artigos, dissertações e teses requerem revisão
Questões simples da linguagem cotidiana podem perdurar gerando dúvida ou equívoco até mesmo em textos de pós-graduação. Para isso que existem revisores de textos: para eliminar os lapsos, tornar o texto mais claro, dar mais credibilidade ao autor.
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Não se deixe surpreender por erros na tese ou dissertação na hora da defesa. |
Leva muito tempo (meses ou até anos) para o autor escrever um artigo acadêmico, uma dissertação ou tese, nem se fala. Portanto, é importante que o trabalho seja revisado por um revisor profissional. A gramática, ortografia, pontuação e semântica sempre são observados pelas bancas e eles vão apontar as falhas existentes. Lembre-se: a boa revisão também leva tempo. Portanto, considere o limite de tempo para você trabalhar. Providencie a contratação de nossos serviços com antecedência. Nossa equipe responderá por todas as intervenções sugeridas e questionadas. Sinta-se à vontade para nos consultar.
Você tem certeza de que emprega sempre certo as palavras meio e meia?
Dizem que o povo aqui em nosso país costuma ser bem expressivo, tanto ao falar como pelo hábito de gesticular enquanto fala. Assim, podemos dizer que o uso do advérbio aqui é muito frequente nos textos falados e escritos, a fim de intensificar a mensagem. Por isso, é comum o uso da palavra “meio” quando queremos intensificar um termo ou nos referir a uma ideia de fração. A palavra “meio”, então, pode se comportar como advérbio de intensidade e também como numeral fracionário.
Primeiramente, uma breve revisão:
- Classe gramatical variável: são as palavras que permitem variação. O substantivo, adjetivo, numeral e pronome, por exemplo, admitem variação de gênero e número. Já nos verbos, ocorrem variações de modo, tempo, número e pessoa.
- Classe gramatical invariável: Não permite variação. São exemplos dessa classe a preposição, a conjunção e a interjeição.
Portanto, o “meio”, quando se trata de advérbio, é invariável. Assim, se for advérbio, sempre será MEIO, pois não varia. No entanto, se usamos o termo buscando expressar um adjetivo numeral, é variável e passível de alterações conforme a concordância.
Veja só os exemplos:
Quando usado como advérbio de intensidade:
- João está com problemas, por isso parecia meio irritado.
- Eu estava meio entediado, então decidi mudar a minha rotina.
- Marina ficou meia triste com o cancelamento da sua festa de aniversário.
Quando usado como numeral fracionário:
- Bebi meio copo de suco de laranja antes de almoçar.
- A dissertação do aluno ocupou apenas meia folha.
Pode parecer tudo “bem” à primeira vista, mas se você estiver um pouco mais atento perceberá que na terceira frase do primeiro bloco acima o advérbio é usado incorretamente. Marina, afinal, ficou meia triste ou meio triste? Podemos concordar o advérbio de intensidade ao adjetivo feminino, quando presente? Como vimos anteriormente, não.
Nesse caso, o advérbio de intensidade sempre deverá ser vinculado a um adjetivo e jamais sofrerá variação. No uso mencionado acima, meio será sempre meio, nunca meia. Só será permitida a variação indicar um numeral fracionário. Você pode dizer que comeu meia panqueca, que deu meia volta, mas nunca que está meia desconfiada ou meia triste. Ao menos, claro, que você tenha uma meia com sentimentos, aquela meia, de calçar nos pés. São equívocos inadmissíveis em uma tese e que algumas vezes passam despercebidas pelos autores, ficando a correção sob a responsabilidade do revisor, que fará uma leitura atenta e técnica, eliminando coisas desse tipo.
Uma boa maneira de eliminar a dúvida é substituindo a palavra em questão por outros advérbios, como “muito” ou “mais ou menos”. Se eles couberem na oração, o termo correto a se usar na frase é realmente o advérbio “meio”. Se não, trata-se de numeral e pode sofrer variação de gênero.
- Catarina ficou meio triste com o cancelamento da viagem de férias. (adequado)/ Catarina ficou muito triste com o cancelamento da viagem de férias. (adequado)
- Queria escrever apenas meio texto, mas acabei por escrevê-lo inteiro. (adequado)/ Queria escrever apenas mais ou menos texto, mas acabei por escrevê-lo inteiro. (inadequado)
Aplicando a substituição na frase 2, portanto, observamos que o “meio” citado trata-se de um numeral, e não de um advérbio. Assim, na frase 2, “meio” poderia ser substituído por “metade”, sem alteração de significado:
- Queria escrever apenas metade do texto, mas acabei por escrevê-lo inteiro. (adequado)
A expressão “meio” ora se comporta como adjetivo, ora como advérbio. Quando assumem o papel de adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem.
Há também muita confusão ao se empregar a palavra meio em sentenças que indicam período de tempo. Muitas vezes ouvimos a expressão “meio-dia e meio”, se tratando de hora. Porém, estamos querendo dizer que se trata de metade do dia mais meia hora, então o correto seria “meio-dia e meia”. Entretanto, por influência do gênero masculino de “meio-dia”, o erro é cometido frequentemente. É comum ouvirmos “meio-dia e meio”. Contudo, isso significará, literalmente, “meio-dia mais metade de um dia”.